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Matéria prima para o sabor

Matéria prima para o sabor

Quando pensamos em pão, só lembramos dele pronto, quentinho, crocante por fora e com miolo macio. Porém, existe um longo processo até ele chegar na nossa mesa para o café. Desde o assamento, produção, mistura e escolha dos ingredientes. Antes de todas as etapas, há um fator preponderante pouco considerado pelo consumidor, mas muito estudado para quem busca trazer farinhas de qualidade. A seleção de trigo.

Hoje, a China é o país com a maior produção de trigo com 17,3% do total mundial. No entanto, ser a maior não significa ser a melhor. Os trigos de maior qualidade são os feitos nos Estados Unidos, Canadá e Argentina. Por essa razão, países como a Itália, com grande tradição no mercado de farinhas, importa trigo destes países. Outro mercado forte de farinhas e pães artesanais, a França utiliza a própria matéria prima para seus produtos, porém, não tem tradição na exportação de trigo, apenas para algumas colônias do Oriente Médio.

O Brasil produz cerca de 6 milhões de toneladas e importa 4 milhões para atender o consumo no país, que chega a 11 milhões de toneladas. A Argentina é a principal fornecedora de trigo para o Brasil. Mesmo que a produção nacional de trigo aumente, ainda assim, seria fundamental buscar o trigo do parceiro comercial sul-americano devido à maior concentração de glúten. Além da Argentina, o trigo brasileiro vem dos Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Canadá.

Uma característica do trigo brasileiro é a maciez, algo que pode ser avaliado como péssima ou ótima qualidade. Por não ter muita força, é um produto que não aceita alta hidratação. Por mais que suas propriedades limitem alguns aspectos, acaba casando muito bem com os gostos locais, como o pão de cachorro-quente, hambúrguer e cucas. A matéria prima brasileira combina muito bem com trigos argentinos e americanos. Assim, as farinhas nacionais deixam os pães com miolos mais delicados e massas mais leves.

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